KAFKA ENVERGONHADO —— Há algo de esquisito na famosa carta de Kafka ao pai: o adjetivo “kafkiano” é utilizado pelo autor em sentidos contrários àqueles aos quais nos habituamos. “Vontade tipicamente kafkiana de viver, comerciar e conquistar” \ “Tu és… Continue Reading
SIMPATIA —— Miriam de Oxalá, no seu Livro de feitiços e simpatias de Umbanda (verbete “Simpatia para ter sempre dinheiro em casa”), ensina: “Esta é uma simpatia muito antiga. Ponha sete moedas (que não sejam de cobre ou alumínio, que… Continue Reading
FALANSTÉRIO —— O espaço do falanstério (o monastério libertário) foi meu ideal de sociabilidade na adolescência bravia: um constructo (ainda mais artificial do que um shopping center) para organizar a liberdade plena. Hoje, o Texto. (Numa xerox de Como viver… Continue Reading
DRUMMONDIANINHA Nº1 —— O último ‘grande poeta’ brasileiro e seu amor pelo diminuto e pelo estilhaço: “Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara./ Sem uso,/ ela nos espia do aparador” (“Cerâmica”). Drummond abriu as portas ao microscópico, deu… Continue Reading
BREVE PESADELO PARA VALÉRY —— Como os godos e romanos tatuavam seus escravos, há uns anos foi moda no país tatuar códigos de barra na própria pele. A pele humana não é de se esquecer: podem-se enxergar os vestígios, mesmo… Continue Reading
PROPOSIÇÃO DE IMAGEM PARA O MEU TEMPO AOS 24 ANOS DE IDADE —— Nem efígie de santo esquecido, nem polaroide de efemeróptero, nem a medição das temperaturas ascendentes do planeta. Meu tempo pós-qualquer-coisa tem a cara deste emoticon: ¯_(ツ)_/¯. NUM… Continue Reading
NOTURNO DA ANTIGA RUA DO PINHEIRO —— Um prédio de apartamentos como um templo japonês: feito de madeira, apodrece, mas as gerações o reformam na mesma arquitetura. Algo permanece. Neste quarto de oitavo andar, imagino o próximo morador diante da… Continue Reading